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O planejamento e a execução

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Notícias 16 Jun, 2025
Neste artigo, o consultor de Negócios do Sebrae-SP, Maurício Buffa, fala sobre a importância do planejamento para uma execução satisfatória, tanto na vida profissional quanto pessoal

Ultimamente, tenho pensado muito nessas duas palavrinhas: planejamento e execução. Elas me parecem fundamentais para quem deseja desenhar um futuro promissor no caminho de suas vidas, seja no aspecto mais colorido da caminhada pessoal ou nos diversos tons de cinza das atividades profissionais.

Elas são tão impactantes que é possível sentir sua força mesmo antes de nascer, afinal muitos de nós fomos frutos de um planejamento de nossos país. Planos que se não demandaram muita estratégia, com certeza exigiram atitude e competência na execução.

De forma geral, acredito que planejamento e execução deveriam permear a maior parte da vida das pessoas, mesmo considerando os acidentes que sempre aparecem no meio do caminho (as pedras, como poetizou Carlos Drummond de Andrade). Sem perceber, e sem planejamento, muitos acabem fazendo coisas de forma inesperada, no impulso, sejam elas pequenas loucuras, acontecimentos imprevisíveis ou mesmo atitudes corajosas para simplesmente fazer o que precisa ser feito.

Porém, a despeito desses imprevistos, penso que todos deveriam buscar sempre o planejamento e a execução para alcançar o que desejam ser e aonde querem chegar - seja nos estudos, com a família, nas viagens, nas finanças ou em toda a jornada da sua vida profissional.

Obviamente, isso não é muito tranquilo. No mundo corrido e fluido de hoje, tenho a impressão de que as pessoas estão se distanciando desses importantíssimos conceitos. Talvez estejam mergulhando ainda mais fundo naquela “modernidade líquida”, conceito colocado no começo desse século pelo sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, referindo-se a uma época caracterizada pela transitoriedade, instabilidade e fluidez nas relações sociais, econômicas e políticas. E isso sem contar essa “praga” ainda mais contemporânea da ansiedade, que não foi considerada por Bauman naquele momento.

Se olharmos mais detidamente para o mundo empresarial, principalmente para os pequenos negócios, vamos perceber que os empresários focam a maior parte do seu tempo no fazer, na execução, sem considerar a importância e a necessidade de se planejar o que está sendo feito, olhando e refletindo criticamente sobre os cenários que governam e direcionam a vida e toda a sociedade.

Nesse sentido, e mesmo considerando a pressão exercida pelo tempo, pelos custos, concorrência e outros desafios desse cotidiano mais fluido e instável, acredito que empresários e empreendedores precisam se organizar melhor e reservar mais tempo para a prática do planejamento.

Para isso, proponho uma reflexão sobre dois possíveis caminhos: o primeiro, um movimento mais pessoal, buscando melhorar a eficácia e a eficiência na vida cotidiana, tanto pessoal, como profissional. Na linha provocadora de Stephan Covey, posta no livro “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, sugiro que todos comecem a colocar em prática os três primeiros hábitos, o que Covey chama de “vitória interna”, ou seja, você sobre você mesmo.

Hábito 1 – Seja Proativo

Pare de reclamar e concentre-se nas soluções. Não fique esperando que alguém faça por você. Aumente seu círculo de influência e diminua seu círculo de preocupações. Não faça apenas o que os outros fazem ou querem que você faça. Use a sua liberdade de escolha para responder aos seus estímulos.

Hábito 2 – Comece com um objetivo na mente

Tenha uma compreensão clara de onde você quer chegar, de modo a compreender onde está agora e para dar os passos na direção certa. Todas as coisas são criadas em duas etapas: primeiro uma criação mental, a ideia, o plano, depois a criação física, a ação, a execução. Tome as rédeas da execução em sua vida pessoal e profissional.

Hábito 3 – Primeiro o mais importante

As atividades que precisamos administrar se dividem entre urgentes e importantes. As urgentes se impõem, mas as importantes ficam por conta de nossas escolhas. Faça primeiro o que for mais importante para os resultados de sua vida pessoal e profissional.

No segundo caminho, depois que empresários e empreendedores conseguirem colocar em prática esse exercício diário para a vitória interior, sugiro que eles se debrucem também naquela metodologia conhecida do planejamento estratégico, ainda muito utilizada no mundo empresarial.

O primeiro passo seria o momento de reflexão sobre a análise de cenários, pois de acordo com o escritor, professor e consultor Peter Drucker, “o planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras das decisões presentes”. A ação precisa ser feita agora, se quisermos chegar em algum futuro.

A Análise SWOT é uma ferramenta fundamental para isso. Traduzida carinhosamente no Brasil como Análise FOFA (Força, Oportunidades, Fraqueza e Ameaças) ela é muito útil para se pensar sobre o que está acontecendo na economia, na política e na sociedade, de forma geral.

É importante realçar que Forças e Fraquezas dizem respeito à análise externa, ou seja, o que acontece no mundo, no país, no estado, no município e na sociedade. São coisas sobre as quais não temos nenhum controle, mas que podemos acompanhar para tentar perceber suas consequências na vida cotidiana.

O dólar está caindo? Há alguma guerra no mundo de hoje que traga implicações no mercado global? Existem novos grupos sociais, étnicos ou de gênero entrando para o mercado? As pessoas estão mais preocupadas com o que está acontecendo no planeta? Por trás dessas questões, os analistas podem vislumbrar “oportunidades” e “ameaças” que possam impactar seus negócios.

A essa análise externa, cruzamos o seu contraponto, a análise interna, buscando encontrar as Forças e Fraquezas da empresa. Elas dizem respeito ao que ocorre no interior da empresa, portanto coisas que estão sob o controle de seus administradores. Por exemplo: se as pessoas estão preocupadas com o meio ambiente, que tal se colocássemos uma embalagem mais sustentável em nosso produto? Se o dólar está subindo, será que existe alguma possibilidade de substituir a matéria-prima importada?

No final da Análise SWOT/FOFA, a empresa começa a formular possíveis ações para o seu planejamento estratégico. A partir daí, são formulados os objetivos da empresa, ou seja, aonde ela deseja chegar e o que todas as áreas e colaboradores da empresa precisam fazer para o alcance desses resultados. Queremos aumentar nosso faturamento em 20% até o fim do ano. Precisamos adquirir novos equipamentos nos próximos seis meses para dar conta do aumento de produção. Queremos diminuir o desperdício em 40% até o fim do semestre? E assim por diante.

Porém, depois da análise e da elaboração dos objetivos, é preciso definir as estratégias que serão utilizadas para se alcançar os objetivos propostos. Como aumentar o faturamento em 20% até o fim do ano? Serão criados novos produtos? Serão trabalhados os mesmos produtos, mas expandindo as vendas para outras regiões? Que investimentos serão necessários? Quantas contratações?

Ao prestar atenção nessa sequência, é possível perceber que o planejamento é bastante simples: analisa-se o momento atual, enxerga-se uma possibilidade de futuro (previsão), define-se o que é preciso fazer para chegar até esse futuro (e como fazer – as estratégias) e depois disso inicia-se a execução. Porém, o simples não é nada fácil e há muita distância entre a intenção e o gesto. A execução das estratégias exige muita disciplina, persistência e flexibilidade para que seja bem-sucedida, pois tudo aquilo que facilmente se escreve em uma planilha ou em um sistema, não é tão facilmente colocado em prática no mundo real.

O que pode ajudar fortemente empresas e pessoas nesse processo, mas que na maioria das vezes fica esquecido nas sombras, é a definição de um propósito claro e inspirador. Saber exatamente o que está fazendo, por que está fazendo, para quem está fazendo e qual o impacto positivo dessas ações na sociedade é fundamental para impulsionar e motivar empresas e pessoas. Como dizia Shakespeare, há mais de 400 anos, “todas as graças da mente e do coração se escapam quando o propósito não é firme.”

De qualquer forma, é importante que todos entendam que, a despeito da importância do planejamento e da necessidade de começar a implantá-lo em sua vida pessoal e dentro das empresas, a única certeza que se tem quando se finaliza um planejamento é que ele não sairá conforme o planejado.

Mas, não se deve desistir. Trabalhar de forma planejada vai com certeza dar mais segurança à equipe interna e credibilidade aos players e parceiros externos, desde que não se esqueça que um planejamento sem execução é a mesma coisa que um sonho que não se realiza. Não é fácil, é verdade, mas sair da zona de conforto não é entrar no desconforto, mas sim se aprofundar na aprendizagem.

Um bom planejamento a todos... com uma brilhante execução!

 

 

 

 

Mauricio Buffa - Consultor de Negócios do Sebrae-SP  Foto: Imagem Freepik e Divulgação/Sebrae-SP

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